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Obesidade influencia negativamente a saúde sexual, indica estudo
A obesidade impacta a saúde sexual de forma intensa, especialmente entre as mulheres, sugere estudo publicado no British Medical Journal. O estudo indica que o índice de mulheres obesas grávidas é maior que o de mulheres com o peso normal, por exemplo. Mas ao contrário do que se pode imaginar, isso não tem a ver com o aumento dos atos sexuais – pois boa parte dessas mulheres indicou uma vida sexual pouco ativa – mas com a falta de cuidado em usar anticoncepcionais ou preservativos. Além da gravidez indesejada, isso leva ao aumento da incidência de doenças sexualmente transmissíveis.
Apesar da chamada “pandemia” de obesidade ser um problema ainda crescente, os efeitos dessa condição na saúde sexual ainda são pouco conhecidos, pois há raras pesquisas nesse campo. Nathalie Bajos, do Instituto Francês de Saúde e Pesquisas Médicas, é uma das primeiras pesquisadoras a apontar essa deficiência e fazer estudos sobre o tema.
Além da saúde sexual, Bajos também analisou o nível de satisfação sexual, números de gravidez indesejada e de abortos em indivíduos desenvolvendo ou com obesidade. Os dados vieram de uma pesquisa feita com mais de 12 mil homens e mulheres com idades entre 18 e 69 anos, feita em 2006 e que envolveu indivíduos com o peso normal (o grupo controle).
Os resultados mostraram que mulheres obesas eram 30% menos propensas a indicarem que haviam tido um parceiro sexual no ano anterior à pesquisa. Aproximadamente 70% dos homens obesos indicaram terem tido 1 ou menos parceiras no mesmo período. Aproximadamente 25% desses homens também afirmaram ter problemas com disfunção erétil.
Entre as mulheres, os transtornos sexuais não estavam associados ao peso muito acima da média saudável. Entretanto, essas mulheres obesas não se preocupavam com tomar nenhum tipo de cuidado relacionado com anticoncepcionais – ou mesmo procurar conselhos sobre sua saúde sexual. Isso, de certa forma, também se relacionava com o maior número de gravidez indesejada e condições sexualmente transmissíveis.
A pesquisa também mostrou que essas mulheres, na maioria das vezes, encontravam parceiros a partir da internet (isso era cinco vezes mais comum do que o observado no grupo controle). Os parceiros, na maioria das vezes, também eram obesos. O sexo, entretanto, era apontado por essas mulheres como não sendo o principal fator de bem-estar em suas vidas. Os autores sugerem que a baixa autoestima e preocupações sobre a própria imagem poderiam explicar esses dados.
“A magnitude do problema ainda precisa de mais atenção. Se a população obesa tende a crescer, é importante termos em mente os riscos para a saúde sexual desses indivíduos”, dizem os pesquisadores. Sandy Goldbeck-Wood, pesquisadora da área de sexualidade e responsável pela revisão da pesquisa, aponta também que há evidências de que os médicos também têm grande dificuldade de abordar esses temas com pessoas obesas, o que dificulta um melhor controle da situação. “Precisamos entender melhor esse fenômenos, pois é importante saber os efeitos na saúde e qualidade de vida dessa população. Em termos de saúde pública também é preciso enfatizar que a obesidade não é somente ruim para a saúde imediata e para a diminuição da expectativa de vida, mas para a saúde sexual também. E nesse ponto os médicos precisam estar preparados para lidar com a reversão desse quadro e colher dados que possam balizar novas pesquisas”, finaliza.
FONTE: BMJ-British Medical Journal
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