Mais da metade dos laboratórios brasileiros não quer mais participar de licitações do governo de Minas, por causa da falta de pagamentos a fornecedores. O problema é admitido pela superintendente estadual de Assistência Farmacêutica, Daniela Aguiar Alberto.
Segundo o Ministério Público Estadual, 85 tipos de medicamentos estão em falta nos centros de saúde do Estado. A promotora Josely Ramos afirma que a situação é caótica.Josely Ramos afirma que o Estado é questionado com frequência e sempre alega falta dinheiro.
Com a falta de medicamentos, muita gente não sabe o que fazer, como a auxiliar de escritório Joelma da Costa Amorim, de 29 anos, afastada há cinco anos pelo INSS por causa de problemas no rim.
Ela precisou fazer um transplante, há um ano, e pega dois tipos de medicamentos na Farmácia de Minas, que estão em falta. Um deles é para evitar a rejeição do corpo ao novo órgão
Diante da situação caótica, a Defensoria Pública está cheia de pedidos de ações na Justiça contra o Estado para obrigá-lo a fornecer os medicamentos. Mais de 3.500 processos já foram analisados pelos defensores.
Mas a advogada especialista em Direito de Saúde, Kátia Rocha, afirma que nem as ordens judiciais estão sendo cumpridas pelo Governo do Estado.
Em Belo Horizonte, a situação dos 70 tipos de remédios que estão em falta deve ser resolvida em 30 dias. Isso porque a Prefeitura de BH vai arcar com a parte do estado para resolver o problema, conforme garantiu gerente de Assistência Farmacêutica da Prefeitura, Ana Emília Aoagi.
O governo de Minas também aponta o problema de entrega de alguns fornecedores, mas reconhece que o atraso no pagamento é o que mais dificulta a manutenção dos estoques de remédios nos centros de saúde e na Farmácia de Minas.
Notas
Em nota, o Estado diz que continua fazendo negociações com os fornecedores de medicamentos.
Também em nota, o Ministério da Saúde alega que os repasses para a compra de medicamentos em Minas estão regulares.
Fonte : http://www.itatiaia.com.br 27/11/17