A psoríase é doença inflamatória, genética e crônica, recorrente, caracterizada por proliferação e inflamação epidérmica. Apesar de apresentar evolução benigna, o agravo gera
significativa morbidade física e psicológica e causa importante impacto na qualidade de vida dos pacientes. O tratamento baseia-se na avaliação dos critérios de gravidade (Psoriasis Area Severity Index PASI) e do impacto na qualidade de vida e visa à remissão da doença ou ao aumento do período livre de lesões cutâneas.
O paciente deve iniciar o tratamento da psoríase moderada a grave pela fototerapia, segundo diretriz terapêutica nacionalc e guias internacionais. Em caso de falha inicia-se o tratamento com medicamentos sistêmicos antes dos biológicos. O acesso aos medicamentos biológicos ocorre pela via judicial, que provoca distorções no planejamento e nos gastos, ou pela via administrativa. Esta é adotada por algumas secretarias de saúde para a solicitação de
medicamentos não disponíveis no SUS. Ambas tensionam o princípio da integralidade proposto pelo SUS. O acesso facilitado pela via judicial favorece o uso do medicamento por tempo prolongado, por meio de prescrições não conformes, frequência elevada de efeitos adversos e monitoramento clínico inadequado.
Embora agentes biológicos para o tratamento de psoríase moderada a grave sejam considerados avanços terapêuticos com alguma efetividade e tolerabilidade em curto prazo, meta-análises e sinopses de evidência recomendam cautela quanto à efetividade e segurança em longo prazo. Agentes biológicos são administrados por via parenteral, o que pode ocasionar inúmeras reações no local da aplicação. O monitoramento clínico do paciente, bem como a forma de utilização, duração, dose e recomendações ao paciente são essenciais para a redução e controle desses eventos.
Referências
LOPES, L.C. et al. Medicamentos biológicos para o tratamento de psoríase em sistema público de saúde, Rev Saúde Pública, v.48, n.4, p.651-661, 2014.
Fonte: Portal A Tarde - Data: 30/10/2014